Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: Chico Ferreira
Mais de 12 mil pessoas aguardam na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) para realizar exames de rastreamento do câncer de mama em Mato Grosso. Esses números compreendem pacientes de Cuiabá e de municípios do interior que buscam atendimento na capital.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, com base nos dados do Sistema Nacional de Regulação (Sisreg), atualizados no dia 15 de outubro, 7.795 pessoas estão na fila para realizar mamografia bilateral, sendo 6.198 pacientes de Cuiabá e 1.597 de outros municípios, além de 4.621 que esperam para realizar a ultrassonografia mamária bilateral e 183 para fazer punção de mama.
Outro exame importante para o diagnóstico do câncer de mama é a biópsia exérese de nódulo de mama. A Secretaria Estadual de Saúde informa que 18 pessoas aguardam a realização do exame, já o município de Cuiabá afirma que zerou a fila.
A alta demanda em Mato Grosso aumenta o tempo de espera para o diagnóstico e tratamento da doença.
Essa barreira contra o câncer de mama faz com que alguns pacientes acabem optando por custear parte das despesas para dar celeridade ao tratamento. É o caso da autônoma Musmê Pecini, 35, moradora no bairro São João Del Rei, em Cuiabá. Diagnosticada em fevereiro deste ano com câncer maligno na mama esquerda, conta que precisou pagar os exames mais complexos para conseguir iniciar o tratamento, como a cintilografia óssea e a ressonância. O SUS demora muito e eu fiquei com medo de agravar a minha saúde. Depois que eu agilizei os exames, iniciei o tratamento em abril e já finalizei a quimioterapia.
Ela conta que agora aguarda pela cirurgia mamária. Mas para fazer a cirurgia eu preciso do risco cirúrgico, que é feito pelo médico cardiologista e a consulta só tem para janeiro do ano que vem. Então, terei que pagar pela consulta e exames pré-operatórios. Não tenho tempo para esperar, essa demora pode comprometer todos os avanços que obtive durante o tratamento.
Ressalta que todas essas dificuldades ao longo do tratamento comprometem a saúde das mulheres, não apenas em relação à doença, mas também a saúde mental também. A demora ou ausência do tratamento adequado tornam ainda mais difícil o processo.