"> Demissões não surpreenderam trabalhadores que atuavam no BRT – CanalMT

Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: REPRODUÇÃO

O rompimento do contrato entre o Governo de Mato Grosso e o consórcio responsável pelas obras do BRT (Ônibus de Trânsito Rápido, na sigla em inglês) não surpreendeu os trabalhadores que atuavam no projeto. Nesta quarta-feira (5), logo após o anúncio do governador Mauro Mendes, que alegou erros na execução, descumprimentos de prazos e atrasos no andamento da implementação do modal, parte da equipe retirou os maquinários do canteiro central da Avenida Historiador Rubens de Mendonça, em Cuiabá.

Para os profissionais, a decisão é decorrente de uma “guerra política”. À reportagem do jornal A Gazeta, um engenheiro que trabalhou como chefe de equipe na obra revelou que os fatores que contribuíram para a rescisão unilateral foram os atrasos com fornecedores que inviabilizavam a atuação das frentes de trabalho.

“Outro ponto, foram as mudanças no projeto feitas pelo Estado, que demandou aumento considerável no número de bueiros e reforço na iluminação pública sem nenhum aditivo. Com isso, a empresa entendeu que os valores pagos ficaram defasados e incompatíveis com a execução do trabalho”, disse o profissional que preferiu não se identificar.

Reunidos em pequenos grupos ao longo da Avenida do CPA, os profissionais disseram que, apesar da dispensa significativa de quase dois terços dos trabalhadores na virada de ano, o pagamento dos salários estava sendo feito em dia. Um integrante da empresa que estava à frente da construção conta que já está se planejando para regressar ao Nordeste e que só veio para Cuiabá em função da oportunidade de atuar na implantação do BRT.

“Mesmo depois de 10 anos da fracassada experiência com o VLT, a história se repete. Parece que a conclusão de uma obra dessa magnitude não interessa a nenhuma das partes envolvidas, justamente para manter o dinheiro circulando. Trata-se de uma briga política na qual, infelizmente, quem sofre nessas situações é o povo que vai passar mais tempo preso no trânsito ou em buscando acessos para fugir dos congestionamentos”, disse outro trabalhador.

NOVELA SE ARRASTA HÁ DOIS ANOS

Iniciada em outubro de 2022, a construção do BRT e tinha prazo para ser, completamente, entregue em 13 de outubro de 2024. Entretanto, após cerca de dois anos desde a ordem de serviço, o consórcio executou menos de 18% do empreendimento. A obra havia sido orçada em R$ 468 milhões.

 


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